quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

“se o cavalo já morreu – sai do cavalo”


Acho que não me engano se imaginar que cada um de nós carrega em maior ou menor quantidade, situações, coisas ou pessoas que já não fazem sentido carregar.

Trabalho que não traz satisfação, relações que já deram tudo que tinham para dar,
sitio para viver que não condiz com o espírito actual da nossa alma, negócios que dão mais prejuízo que outra coisa, modo de organizar a vida que não dá prazer.

E no entanto, quase no limite da nossa capacidade agarramo-nos ao bordo do barco que está a afundar, na esperança que este barco ainda possa andar como antigamente. Há dias encontrei uma curiosa observação sobre como podemos ser engenhosos na nossa elaboração mental só para não largar o que se tornou habitual.

Um antigo provérbio índio diz: se o cavalo já morreu – sai do cavalo”

Parece tudo claro, mas…
Nós tentamo-nos convencer que montar este “cavalo morto” ainda é seguro
Nós experimentamos bater no “cavalo morto” com mais força
Nós dizemos: “na verdade, a nossa maneira de montar sempre foi essa”
Nós organizamos um evento de ressuscitação dos “cavalos mortos”
Nós explicamos que o nosso “cavalo morto” é mais rápido e mais barato
Nós organizamos comparações com os outros “cavalos mortos”
Nós ficamos ao pé do “cavalo morto” e tentamos convencê-lo a “não ser morto”
Nós compramos materiais que ajudam a montar melhor “cavalos mortos”
Nós mudamos os critérios de avaliação dos “cavalos mortos”
Nós visitamos outros sítios onde montam “cavalos mortos” 
Nós chamamos colegas para todos juntos avaliamos melhor o “cavalo morto”
Nós juntamos outros “cavalos mortos” na expectativa que todos juntos eles vão andar mais rápido
Nós contratamos especialistas em “cavalos mortos”
Em vez de parar e reflectir sobre… “se o cavalo já morreu – sai do cavalo”

Nota de Psicoterapia para todos. 
Irina António

Regina.

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