sábado, 17 de março de 2012

Mil Anos...

Eu talvez pudesse dizer que sou corajosa, que sou forte o suficiente, que aguento o suficiente, mas o que será suficiente quando amamos e quando sabemos que somos capazes de amar o resto das nossas vidas? como posso ser capaz de seguir adiante sabendo que sou capaz de esperar,e esperar tão somente porque acredito, porque acho que és o homem da minha vida, porque sinto que és exactamente aquele por quem esperei toda a minha vida, porque sei que te amo desde que meu olhar se cruzou com o teu, porque sei que te vou amar  tão somente pelo resto dos dias que viver....mas ser corajosa sempre fui porque sempre acreditei de algum modo que tudo ficaria bem, e não sei como não acreditar como não desejar que tudo fique bem, eu sei que todos os dias esperei por ti na minha vida, esperei pelo teu amor, pelos teus braços fortes quentes e amigos, amorosos, esperei por aninhar a minha cabeça no teu peito e viajar no teu cheiro de inverno como só tu o tens... esperei todos os dias por ti, e aqui estou eu, estás a minha frente mas há muito que teu caminho não caminha a meu lado , há muito que seguimos por duas estradas diferentes, há muito que teu coração não bate por mim, há muito que desejas e seguiste o teu percurso e eu me sinto aqui, parada, parada a espera que voltes para trás me agarres na mão e me digas vem comigo, vem comigo que te posso fazer incrivelmente feliz... vem comigo!!! é tudo que desejo e espero ouvir...
Mas até quando posso esperar, será se esperar por ti a minha vida toda e suficiente? porque é assim que sinto que estou e que vou ficar, e tenho medo meu doce amor, medo de não avançar de ficar de seguir de agir, tão somente é medo o que sinto, tenho frio tenho tanto frio, só queria um abraço teu e que me aquecesses nos teus braços como tantas vezes o fizeste, tenho saudades dos teus lábios colados nos meus, dos teus lábios macios, com sabor a café, do teu abraço com bilhete de ida para o paraíso, do teu beijo macio suave ao principio.... hoje vejo me tão diferente, vejo-me tão repleta de amor por ti e para ti, e vejo te já tão distante de mim e dos meus braços, e tento te alcançar e não há modo de o fazer... ah o meu coração esta tão sem destino tão sozinho, tão carente de ti....
eu te amei por mil anos, e por mais mil anos te vou amar....

segunda-feira, 5 de março de 2012

Tu ensinaste-me a fazer uma casa..

 Tu Ensinaste-me a Fazer uma Casa

Tu ensinaste-me a fazer uma casa: 
com as mãos e os beijos. 

Eu morei em ti e em ti meus versos procuraram 
voz e abrigo. 

E em ti guardei meu fogo e meu desejo. 
Construí a minha casa. 

Porém não sei já das tuas mãos. 
Os teus lábios perderam-se entre palavras duras e precisas 

que tornaram a tua boca fria 

e a minha boca triste como um cemitério de beijos. 

Mas recordo a sede unindo as nossas bocas 
mordendo o fruto das manhãs proibidas 
quando as nossas mãos surgiam por detrás de tudo 
para saudar o vento. 

E vejo teu corpo perfumando a erva 
e os teus cabelos soltando revoadas de pássaros 
que agora se recolhem, quando a noite se move, 
nesta casa de versos onde guardo o teu nome. 

Joaquim Pessoa, in 'Os Olhos de Isa'