segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Êxtase.

Neste instante estou em estado de êxtase e a tentar organizar o coração e os pensamentos para conseguir escrever tudo. No sábado a minha melhor amiga foi mãe, e meu coração ficou pequenino de vontade de ter um bebé, ainda por cima, por que nesta altura todas as pessoas que conheço e que estão grávidas vão ter uma menina, quando tive o meu filho estava uma altura de rapazes… agora parece que as meninas estão a dar as cartas…hehehe
De qualquer forma senti uma vontade desalmada de ter um ser dentro de mim, como diz a música do Roberto Carlos, Força Estranha, “eu vi a mulher preparando outra pessoa” ser mãe é o ato mais bonito que existe… é sobretudo um ato de aprendizagem um ato de crescimento, aprendemos todos os dias, ser mãe é uma recompensa, é um ato de coragem ou mesmo de loucura, é crescer enquanto ajudamos outro ser crescer…
Fui mãe de uma “forma estranha” … algo que até hoje me dói na alma… que me custou demasiado… nesta altura da minha vida já não sou capaz de dizer alguma coisa, ou ter um pensamento de julgamento a quem faz uma interrupção, a quem tem um filho ou a quem opta por não ter…. 
Como disse, ser mãe ou não ser, é um ato de coragem.
Decidir não ser mãe é uma grande decisão e exige muita maturidade, tenho alguém muito próxima de mim que tomou essa decisão, espero desejo que ela nunca se arrependa, por que embora a decisão possa ser alterada e a medicina a cada dia evolui mais, talvez ainda haja sempre algum tempo para se voltar atrás…. Hoje reconheço que ela tem as suas razões para assim decidir, mas sempre que a vejo com uma crise existencial, com um surto de impaciência, em que no seu mundo que para mim olhando de fora está sempre perfeito, (sim como diz o ditado, a relva do vizinho é sempre mais bonita, até que descobrimos que é falsa.) sempre que a vejo tão insatisfeita com tudo e com nada, onde nada está bem, penso para mim mesma, realmente a nossa felicidade nunca está completa, aprendi que todas as nossas decisões tem consequências, que podem ser muito dolorosas, que podem nos obrigar a crescer de uma forma tão intensa que nos derruba se não formos fortes… muitas vezes me pergunto se ela saberá no mais profundo do seu intimo que aquela insatisfação que aquela ânsia de que tudo está mal, se ela  não pensará que na verdade toda a insatisfação poderá ser um reflexo das decisões tomadas….
Hoje em dia decidi que só voltarei a ter um filho quando encontrar a minha relação de sonho, não que não já a tenha encontrado, encontrei, mas não existe nenhuma relação, daí me pergunto, então, quando vou ter outro filho? Não sei, sinceramente, não sei se voltarei a ter sequer, apenas sei que não sou capaz de ter uma produção independente, por que essa foi a que me calhou… hoje sou mãe solteira e tudo que mais admiro no ato de ser mãe, é também existir um pai ao lado, é também ter um companheiro para ajudar a cuidar, para ajudar a ensinar…. Na maior parte das vezes vejo-me completamente embevecida a observar alguém a ensinar alguma coisa a uma criança…. O homem que desejo para ser o pai do filho que possa vir a ter um dia, tem um sentido de paternidade latente, sabe ensinar, sabe como respeitar e é isso que mais admiro nele. O respeito pelo próximo. Um dia lhe agradeci por ter sempre tratado bem o meu filho, independente de ser filho dele, e ele com o olhar mais terno que poderia ter disse-me, “ele é um ser humano, e como tal merece respeito.”
Foi aqui que minha visão quanto ao ser humano mudou para melhor.
Mas todos os dias quando olho para o meu filho que está a crescer de uma forma quase assustadora, penso o quanto é preciso ter-se força e coragem para ser-se mãe, mas cada abraço e cada beijinho que ele me dá na face, recompensa todos os esforços…